O diagnóstico da Apneia do Sono

Num doente com sintomas ou sinais típicos, e eventualmente com fatores de risco relevantes, é fundamental a realização de um exame que permita avaliar a presença da Apneia do Sono.

Trata-se do conhecido "exame do sono" ou da polissonografia.

Esta trata-se de um exame complexo e diversificado que pode revelar desde os padrões de respiração, a atividade cerebral, o ritmo cardíaco e os movimentos corporais, permitindo uma visão detalhada do processo de sono e das suas nuances.

Existem vários tipos, de acordo com o local onde é realizado e o tipo de sinais que identifica.

Destacamos os 3 tipos mais importantes.

laboratorio sono
laboratorio sono
A polissonografia tipo 1 - a original

A polissonografia (PSG) convencional, muitas vezes chamada de polissonografia tipo I, é o método clássico de monitorização do sono.

É realizada num laboratório de sono, e neste exame são avaliados múltiplos parâmetros, incluindo a atividade cerebral (eletroencefalograma - EEG), movimentos oculares (eletrooculograma - EOG), atividade muscular (eletromiograma - EMG) e o ritmo cardíaco (eletrocardiograma - ECG).

Além disso, obviamente que também avalia os parâmetros básicos para a detecção da presença da Apneia do Sono, tais como o valor da saturação de oxigénio no sangue e os movimentos do tórax e do abdómen, de modo a poder identificar pausas na respiração.

  • Atividade Cerebral (EEG): Para classificar o sono de acordo com os diferentes estágios do sono, desde o sono leve até o sono profundo e o sono REM (movimento rápido dos olhos).

  • Movimentos Oculares (EOG): Para identificar os estágios do sono REM, que são caracterizados por movimentos rápidos dos olhos.

  • Atividade Muscular (EMG): Para avaliar os níveis de relaxamento muscular e a presença de movimentos anormais durante o sono.

  • Ritmo Cardíaco (ECG): Para monitorizar a atividade elétrica do coração e avaliar as mudanças associadas aos diferentes estágios do sono.

  • Respiração: Para detectar padrões de respiração, identificando pausas na respiração, ressonar e outros distúrbios respiratórios.

  • Níveis de Oxigénio no Sangue (Saturação de Oxigénio): Para verificar se ocorrem quedas nos níveis de oxigénio durante o sono, um indicador comum em casos de apneia do sono.

  • Movimentos Corporais: Para identificar movimentos involuntários, como espasmos ou movimentos das pernas, que podem afetar o sono.

É o exame mais complexo (e completo) de todos.

psg1
psg1
A polissonografia tipo 2 - a evolução

A evolução tecnológica permitiu que um exame com a complexidade do PSG 1 possa ser realizado em casa do próprio doente, com bons resultados.

Apesar de tudo, ainda é dos menos disponíveis, incluindo em unidades hospitalares, necessitando de maior compreensão e capacidade por parte do utente, versus os exames domiciliários padrão.

psg2
psg2
A polissonografia tipo 3 - o screening suficiente para a maioria dos doentes

Ao contrário da polissonografia convencional, que envolve uma série de sensores para monitorar os diferentes parâmetros fisiológicos, a polissonografia tipo III utiliza um conjunto menor de sensores. Normalmente, são monitorizados parâmetros essenciais como a frequência cardíaca, a saturação de oxigénio no sangue, os movimentos torácicos e abdominais (para identificar a respiração), além do próprio padrão de respiração e o nível de roncopatia.

A principal vantagem da polissonografia tipo III é a sua simplicidade e praticidade. Em vez de ter que passar a noite em um laboratório de sono, o doente recebe um dispositivo portátil, e simples de usar, que pode ser usado em casa. Isso proporciona que se avalie uma experiência mais natural de sono, já que o ambiente familiar pode influenciar menos o padrão de sono do que a experiência de dormir num ambiente de laboratório.

No entanto, é importante notar que a simplicidade da polissonografia tipo III também implica algumas limitações. Como menos parâmetros são monitorados em comparação com a polissonografia convencional, a capacidade de detectar certos distúrbios do sono pode ser mais reduzida.

Portanto, a polissonografia tipo III é mais adequada para situações em que a apneia do sono obstrutiva é uma preocupação central, e muito provável, mas outras doenças associada ao sono não são uma grande preocupação ou são muito pouco prováveis.

psg3
psg3
Em resumo

É essencial que a escolha do tipo de polissonografia ideal para si seja guiada por um médico especializado, como um médico com competência do sono pela Ordem dos Médicos ou um pneumologista.

Apenas um conhecimento real e efetivo sobre os diferentes métodos validados para esta doença permite que os médicos direcionem as pessoas com sintomas/sinais compatíveis para a abordagem mais apropriada. Com isso, conseguem garantir que os resultados do exame escolhido são o mais precisos possíveis, adequados ao problema do doente, para além de se garantir uma experiência confortável.

A decisão sobre qual o tipo de polissonografia a utilizar depende, portanto, de vários fatores, incluindo a suspeita diagnóstica, a gravidade dos sintomas e a comodidade do doente.

Enquanto a polissonografia convencional proporciona um panorama completo, as versões mais portáteis são opções viáveis que equilibram a precisão e o conforto.

psg
psg

Procure o médico certo para si

O BESTDOC.PT é o local certo para encontrar o Pneumologista ideal para si